Engane-se quem pensar que esta longa-metragem não será mais do que uma habitual comédia dramática mesmo ao encontro da época festiva. É-o, mas ainda assim, é uma bonita comédia dramática. Escrita por Allan Loeb e realizada por David Frankel, Beleza Colateral toca em pontos chave ao gosto do fim do ano: o amor, o tempo e a morte. A analogia de um tempo que acaba para dar lugar a outro que começa e, como tal, um fio condutor para a esperança e o positivismo, numa época em que o mundo muda a todos os instantes.
E esta que é a história de Howard (Will Smith) um publicitário de sucesso, numa empresa de sucesso, que está em luto pela morte da filha. O sucessivo desgaste de Howard e desmembramento da sua vida pela perda trágica, leva a que os seus amigos e sócios Claire (Kate Winslet), Whit (Edward Norton) e Simon (Michael Peña) orquestrem um plano no mínimo original para o ajudar a seguir com a vida.
O tempo, o amor e a morte entram aqui num trio inusual para jogarem com as mais intrínsecas emoções humanas e lhes conferirem o verdadeiro protagonismo que o dia-a-dia e o conformismo lhes retira. Depois há romance, nostalgia, amizade e um toque meio mágico meio natalício que confere a verdadeira “beleza colateral” à história.
Se por um lado podemos pensar: “Em que difere esta comédia dramática, de qualquer outra nesta época do ano?” Por outro, sabemos que a resposta assenta num nome: Helen Mirren. É ela que agarra as pontas e confere a esta história, a doçura e a experiência, que só alguém com tamanha capacidade artística e profissional pode conseguir. Que no fundo é traduzida também pela secundária velhota de azul indigo, que preenche parte do fator de entretenimento no filme.
Finalmente, é sempre uma boa aposta juntar nomes como Kate Winslet, Keira Knightley, Edward Norton e, não menos importante, Will Smith.
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Um filme leve para ver em espírito festivo.
