Espiral - Nuno Silva

Espiral – Nuno Silva
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19 de Junho, 2017 0 Por Rui Manuel Sousa
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Também o tempo torna tudo relativo.

Este artigo foi inicialmente publicado há mais de 6 anos - o que em 'tempo Internet' é muito. Pode estar desatualizado e pode ter incongruências estéticas. Se for o caso, aceita as nossas desculpas.

Nuno Silva – Espiral de cordofones

A música é a forma de comunicação mais directa e primordial entre os povos, vista como um diálogo cerimonial, festivo, tradicional ou mesmo religioso podemos ter a certeza que o mesmo decorre sempre sem macular a espiritualidade e o sentimento do que se diz. Mudamos de longitude ou de latitude e o diálogo muda no seu timbre e balanço mas o teor da conversa é sempre universal, as palavras são os sons que ouvimos e os interlocutores os músicos do mundo e os seus mais diversificados instrumentos.

Hoje com mais facilidade podemos comprar um instrumento tradicional de uma terra longínqua, um “Santur Persa”(¹) por exemplo, podemos depois estudá-lo mesmo que não existam escolas, a Internet é hoje uma poderosa biblioteca de informação textual e visual, porém é necessária muita paixão, disciplina, muita curiosidade e uma muito maior dose de teimosia para se imaginar o disco que hoje falamos, o primeiro trabalho a solo do multi-instrumentista Nuno Silva:

“Espiral”.

Espiral - Nuno Silva capa

“Espiral” tem no “Santur Persa” e no “Alaúde Árabe” as suas personagens principais, como enredo os vários anos de estudo e de exploração tímbrica levados a cabo pelo Nuno, a sua capacidade multi-instrumentista é evidente neste disco, onde toca para além das já referidas personagens principais, Lavta e Baglama (Turquia), Tar (Azerbeijão), Cümbüs e Baixo Acústico, todos eles instrumentos da família dos cordofones.

Espiral é um trabalho emocional e envolvente cheio de influências mediterrânicas e do médio oriente, viaja pelo universo da folk tradicional com uma abordagem notoriamente original, é ritmicamente evoluído, cheio de energia e de composições onde a beleza minimalista da melodia é expressa na música modal.

https://youtu.be/SMk7XulciFs

 

Bom disco para se ouvir durante um banho de sol nestes dias quentes que se aproximam, para carregar energias e para descobrir a música de qualidade acima da média que se vai fazendo em Portugal.

Eis a lista dos participantes e de instrumentos utilizados:

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Nuno Silva – Persian Santur, Ud, Lavta, Cümbüs, Baglama, Hammered Dulcimer, Acoustic Bass, Tar Ricardo de Noronha – Cajon, Djambé, Bendir, Tar, Tambourine, Shackers
José Correia – Duduk
David Lacerda – Riq

 

(¹) https://pt.wikipedia.org/wiki/Santur

 

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Diretor Adjunto em Artes & contextos

Musico, entusiasta de cordofones que gosta de falar de música, da sua alquimia e do seu indelével sentido cultural.

Jaime Roriz Advogados Artes & contextos