Há 9 anos, a partir de uma sugestão do meu amigo de uma vida, Jaime Roriz, propus-me a tarefa de criar um órgão de informação online para, coisa simples, dar a conhecer a Arte nacional e internacional a todos que o desejassem, com toda a liberdade e sem que para isso tivessem de pagar nada. Em três tempos e com algumas imperiais e dois charutos, esboçamos o primeiro mapa.
De imediato expus o plano ao Rui Sousa e ele saltou de pés juntos e sem olhar, para esta nave de que foi até hoje e continua, compasso e astrolábio e que com a ajuda inestimável da sua criatividade e conhecimentos do mundo da Música, com o amparo da sua ponderação, mas sobretudo com a sua amizade, partimos (passe o cliché) em direção ao desconhecido.
O objetivo sempre foi fazer algo bom para oferecer ao mundo sem distinguir quem o receberia. Por altruísmo, por vaidade, por loucura, … tomámo-lo como missão e não mais paramos… até agora.
Em julho em 2014 criámos e registamos o Artes & contextos no domínio artesecontextos.pt. Registámo-lo como Órgão de Comunicação Social na ERC (Registo n.º 126564) e depois criámos a associação sem fins lucrativos (nem quotizações) AACPDA – Associação Artes e contextos pela Divulgação da Arte sob o subdomínio aacpda.artesecontextos.org, para tutelar o OCS.
Em agosto desse ano o site estava construído na sua primeira versão e o primeiro artigo foi publicado em novembro.
Na primeira paragem entrou a bordo o Bruno Freitas para nos alegrar ainda com mais histórias de Música e Músicos.
Conforme o idealizámos, o site nunca teve qualquer restrição de acesso, foi sempre livre e universal, sem necessidade de registo ou subscrição para lhe aceder e usufruir de todo o seu conteúdo.
Ao abrigo dos nossos princípios e valores morais e éticos como cidadãos livres do velho continente europeu, tivemos sempre preocupações humanistas e humanitárias, de supremo respeito por tudo e por todos os que acreditam nestes princípios; procuramos não publicar nada que pelo seu conteúdo pudesse ofender a dignidade de ninguém e nada que não pudesse ser lido por cidadãos de todas as idades.
Umas centenas de milhas adiante, e em águas agitadas entram com entusiasmo imenso e disponibilidade sem fim, primeiro, a Luísa Fresta e mais tarde a Laura Torres. Trouxeram Cinema, Literatura e outras artes, e não mais voltaram a sair. O corpo da tripulação estava formado e as ideias e projetos floresciam. De tempos a tempos, recebíamos valiosas cartas com a mestria e erudição do nosso amigo, o crítico, mas sempre e acima de tudo, professor Álvaro Lobato de Faria que enriqueciam o nosso espólio sempre a crescer.
Criámos uma newsletter de envio semanal, de subscrição livre e respeitando criteriosamente o Regulamento Geral da Proteção de Dados:
Nunca enviamos uma newsletter a quem não tenha subscrito e confirmado a subscrição, de livre vontade e iniciativa própria;
Os dados recolhidos foram o endereço de email e o nome, sendo este, facultativo;
Nunca enviámos SPAM.
Com a AACPDA promovemos tertúlias artísticas de acesso livre e gratuito para todos os interessados.
Via sorteios no Facebook, oferecemos entradas duplas para estreias no teatro num protocolo com o Teatro Aberto, entradas duplas para estreias de filmes em Lisboa e no Porto num protocolo com a NOS Audiovisuais e sorteamos livros com o apoio das Edições Vieira da Silva.
Ao longo de 9 anos publicámos, entre os originais da nossa equipa e outros selecionados entre órgãos congéneres, 2000 artigos exclusivamente de interesse artístico.
Entrevistámos artistas nacionais e internacionais e ao contrário da maioria dos outros órgãos de comunicação social, publicámos as entrevistas sem exigir qualquer contrapartida, nem simbólica, aos artistas entrevistados.
Abrimos a oportunidade a qualquer pessoa que o desejasse, de publicar gratuitamente no site artigos seus, primeiro através do programa Open Call e depois pelo programa Porta de Artistas.
Nunca exigimos nada em troca.
Fomos angariando simpatia e sabemos tê-la de centenas ou milhares de pessoas, mas excetuando o inestimável patrocínio do nosso amigo Jaime, através da sua Jaime Roriz Advogados e um ou outro donativo pontuais e raros, (mas todos valiosos), nunca conseguimos angariar apoios suficientes para pagar as contas.
As contas a pagar foram, sempre e só, os encargos de manutenção e funcionamento do website propriamente dito e dos gastos correntes e operacionais, já que todas as pessoas que colaboraram com o Artes & contextos, fizeram-no graciosamente e por amor à Arte, sem receberem qualquer compensação.
Muito obrigado a todos/as os/as que deixaram artigos assinados ao longo destas páginas e os/as outros/as que ajudaram nas mais variadas tarefas “invisíveis”, mas indispensáveis ao bom funcionamento do site.
Mas as despesas com esses encargos ascendem atualmente a 1200 € anuais.
Acreditámos, durante muito tempo, que era possível e multiplicámo-nos, inventámo-nos para alimentarmos um sonho que há muito, lutava por sobreviver.
Finalmente, os sonhos e, porque não dizê-lo, as ilusões que nortearam este maravilhoso projeto, deram de caras com a realidade e apesar de todos os esforços, o desgaste é muito e realidade venceu.
Porque a realidade é cruel e implacável, vamos, ao abrigo do disposto na al. b) do n.º 2 do artº 21 do Decreto Regulamentar n.º 7/2021, de 6 de dezembro, suspender a publicação no início de abril e por um período de 4 meses, para encerrar em definitivo no final do mês de julho.
Mas…
com cerca de 2000 artigos disponíveis sobre os mais variados assuntos de todas as áreas artísticas publicados ao longo de quase nove anos, o Artes & contextos é também uma base de dados de conhecimento e informação de interesse comprovado. Assim, vamos usar este intervalo de tempo para preparar a criação de um novo site, que já não será um Órgão de Comunicação Social, para albergar todo este corpo de conhecimento enquanto tal for minimamente viável e com recurso à redução de diversas despesa que passarão a dispensáveis.
Assim, o site manter-se-á, para já, online, com as necessárias assistência e atualizações técnicas, garantindo a sua qualidade visual e navegabilidade.
Obrigado por teres estado aí. Por nós, valeu a pena.
Até sempre!