Trajes Otomanos
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Durante vários séculos, os ocidentais lançaram o olhar ao Império Otomano em busca de inspiração, especialmente depois de um acordo comercial assinado em 1580 entre a Rainha Isabel I e o Sultão Murad III que trouxe um período de “contacto sem precedentes” entre culturas. “Paralelamente ao comércio de bens comerciais”, escreveu o Dr. William Kenyan-Wilson, “muitos europeus desenvolveram um profundo fascínio pela arte e arquitectura, cultura religiosa e organização social turcas.”
Os compradores europeus viram a sua curiosidade sobre o “turco”, sedutora e – sinistramente – construída e satisfeita pelos chamados “álbuns de trajes otomanos,” nos quais o Sultão, a sua corte, senhoras de diferentes posições, bem como turcos comuns foram retratados em pinturas de uma só figura em grandes fólios. Estas foram recolhidas por comerciantes e orientalistas de todo o continente, no início do século XX, quando os livros de recordações fotográficas assumiram o lugar de álbuns de trajes ilustrados à mão.
O olhar, claro, foi para os dois lados. Durante centenas de anos, tanto Otomanos como Europeus se virame através das páginas destes álbuns de trajes. A sociedade otomana estava cheia de poetas e artistas que olhavam para os limites do seu império em busca de temas para os seus retratos. Encontraram uma diversidade de tipos étnicos, nacionais e religiosos recolhidos em obras como o Zenanname ilustrado ou o Livro das Mulheres uma obra de 1793 do poeta turco otomano Enderunlu Fazil (N. da R.- obra proibida em todo o Império Otomano). O Professor Sunil Sharma da Universidade de Boston descreve as 38 ilustrações do texto, sendo quase todas pinturas de uma só figura:
As mulheres no Zenanname representam todos os tipo conhecidos pelos otomanos do seu império e mais além. As pinturas repreasentam mulheres que são de um determinado lugar ou parte de uma comunidade, incluindo indiana, persa, bagdaliu, sudanesa, abissínia, Iémenista, magrebina, tunisina, hijaz, damascena, síria, anatólica, da ihas do Egeu, espanhola, de Istambul/Constantinopla, grega cristã, arménia, judia, cigana, albanesa, bósnia, tatar, georgiana, circassiana, cristã, alemã, russa, francesa, inglesa, holandesa e norte americana.
A maioria dos compradores europeus considerava os “álbuns de fantasias” pouco valiosos como objetos de arte, escreve o estudioso Gwendolyn Collaço. Tais livros foram tratados como guias exóticos que reduziam as diferenças culturais a peculiaridades do tgraje e da compleição. (A sua receção poderia ajudar a explicar por que razão, em 1910, uma jovem Virginia Woolf e aolguns amigos puderam embarcar no HMS Dreadnought em turbantes, túnicas, e com as caras negras e convencer o Comandante e a tripulação de que eram “príncipes” abissínios.)
Em Istambul, por outro lado, “os otomanos locais concederam às pinturas de bazar uma resposta muito mais quente”. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, os colecionadores turcos otomanos, bem como os do Irão Safávida e da Índia Mongol, apreciaram estes livros como formas iniciais de “consumo conspícuo” entre as elites metropolitanas.
Edições ilustradas do poema Zenanname parecem estar em conformidade com o género do álbum de trajes, mas em vez de fornecerem um foco central, as imagens são secundárias ao poema de Fazil. Os leitores são pouco encorajados a formar as suas próprias interpretações de quase 40 senhoras do mundo retratadas no livro. “Nem todas estas mulheres são elogiadas por Fazil,” assinala Sharma. “Algumas são satirizadas por seu comportamento ou natureza sexual em termos misóginos.”

O poema de Fazil parece celebrar a mulher inglesa acima de tudo, pelo menos à superfície. Ela aparece numa ilustração usando um chapéu alto pontiagudo e carregando um cesto de flores (retratado acima numa edição diferente do Irão). O poeta usa uma espécie de geografia imperial para transformar partes do seu corpo na Índia (“Industão”) e Europa Continental (“Frankistan”) — conforme traduzido pelo estudioso literário otomano E.J.W. Gibb:
O thou, whose dusky mole is Hindustan,
Whose tresses are the realms of Frankistan!
The English woman is most sweet of face,
Sweet-voiced, sweet fashioned, and fulfilled of grace.
Her red cheek to the rose doth colour bring,
Her mouth doth teach the nightingale to sing.
They all are pure of spirit and heart;
And prone are they unto adornment’s art.
What all this pomp of splendor of array!
What all this pageantry their heads display!
Her hidden treasure’s talisman is broke,
Undone, or ever it receiveth stroke.
A devassidão dissimulada permeia o verso de Fazil. No entanto, o texto circulou entre colecionadores europeus não só pelas suas linhas indecentes, mas também pelas suas ilustrações sugestivas.
Duas composições populares no Zananname mostram grandes agrupamentos de figuras. As primeiras quase prefiguram o pontilhista Seurat em La Grand Jatte de quase um século mais tarde, desde o efeito pontilhado das suas marcas visíveis de pincel. Tal como o último Seurat, a pintura retrata uma visão modernista burguesa, “mostrando pessoas de diferentes origens e classes ‘misturando-se e confundindo-se nos… jardins da capital'”, escreve Sharma.
Uma segunda imagem revela-se ainda mais provocante — um grupo de homens reunidos em frente a um bordel, uma cena interessante quando comparada com o fascínio dos pintores (masculinos) europeus pela Odalisca – a lendária concubina turca (ou, com igual frequência, uma “escrava branca” otomana hiper-sexualizada).

O Zenanname utiliza as convenções do álbum de trajes nas suas edições ilustradas, mas o seu verso vem de uma tradição diferente, uma tradição que não tinha propriamente um análogo na literatura e arte moderna europeia inicial. Este foi o persa shahrashub — livros descrevendo as pessoas mais bonitas da cidade. Nas mãos de poetas otomanos — como um escritor conhecido apenas por “ Azizi” — o género poderia tornar-se um catálogo das famosas prostitutas de Istambul. Mas era mais comum — como no trabalho anterior de Fazil, o Hubanname, ou “Livro das Belezas” — descrições em verso dos “gajos” mais bonitos por aí.
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