Jorge Rebelo
Realidade…
São as telas os pincéis e as tintas
Que se misturam numa magia de vida
Numa pintura surreal.
Arte e vida se fundem
Mitos, ficções e realidades se acrescentam
Da Atlântida de Platão (1) aos animais fantasmagóricos de Júlio Verne (2)
Pego num desmoronamento sem poder escapar da realidade!
Me pergunto
Onde começa a realidade e termina a ficção
Até onde vai a minha imaginação….
Jorge Rebelo, transforma as telas em pedaços de história.
Sim história!
História dos homens que sonham mais além,
Que não têm medo da sua loucura e da busca incessante
No interior da sua alma por algo mais além da realidade.
E se questionam.
Não será a realidade, apenas um mito
Que se constrói na azafama da ficção do dia a dia!
Realidade! Mito ou Fição.

(1) por exemplo nas telas seguintes: Atlântida, Expresso da Atlântida e Golfinhos da Atlântida.



(2) Por exemplo nas telas seguintes: Veredito, Torneio de pesca em local errado, A grande caçada, Viagem ao futuro, Os Bichos, entre outros.





Jorge Rebelo, Surrealista, cada obra sua vai muito mais além do da técnica, do desenho e da pincelada (que tão bem domina), cada tela encerra em si uma mensagem muitas vezes irónica, mas atual.
Podemos ver temas como o Ambiente e o seu relacionamento com Homem. Presente nas telas: Intervenção, O ultimo refugio, onde a questão dos incêndios que no verão que todos desejamos e ansiamos nos traz tanto desespero e angustia; Intervenção Urgente o que nós seres humanos tão superiores na nossa arrogância e egoísmo nos esquecemos de cuidar do bem mais precioso que temos a vida, A expurgação, Sob as garras e A colheita do século XXI uma alusão clara ao ditado popular “colhemos aquilo que semeamos”.






Algumas até parecem previsões como em Protejam o Ambiente, uma alusão clara aos tsunamis, tivemos o caso ainda tão fresco na memória no dia 29 de julho o terremoto no Alasca de magnitude 8.2.

Mas nem tudo é cinzento, apesar das suas composições serem bastante coloridas, também temos mensagens de esperança como nos Os putos, onde apesar de toda a destruição o ser humano, principalmente as crianças se adaptam, transformam e brincam, mesmo sem telemóvel; em O girassol e a diversão em o Surfinho que integra o Bilhete-postal Inteiro lançado pelos CTT- Correios de Portugal em 2019 numa promoção do Turismo do Oeste de Portugal.



Um dia em conversa perguntei-lhe donde lhe vinha a inspiração, como pensava os temas, mas como bom artista que é e surrealista de gema respondeu-me: apenas sonhava, divagava, deixava a imaginação vaguear livremente nos seus pensamentos, não questionava seguia apenas o impulso. A sua obra não se fica só por estas telas, há mais muito mais, podia ficar aqui eternamente; mas deixo ainda esta tela que acho que representa, o que fomos, o que somos e o que ainda vamos ser – Peregrinos. A peregrina

Somos todos peregrinos neste mundo….
“Peregrino da Luz, . . . da paz, . . . da esperança”
e tu mulher, esposa, mãe, filha, neta, sobrinha e tantos outros nomes!
“no mais intimo do teu ser…vês as alegrias do ser humano, quando peregrina . . . ”
“. . . vê as dores da família humana que geme e chora neste vale de lágrimas”
Tu mulher, felina!
“adorna-nos do fulgor de todas as jóias da tua coroa e faz-nos peregrinos como peregrina foste”, és e serás sempre por toda a eternidade!
percorres, com a alma humana, todas as rotas,
e com o coração nas mãos, vais derrubando todos os muros e vencendo todas as fronteiras,
mulher,
Peregrina de e em todos os caminhos!


Mas quem é o artista por detrás das obras?
Jorge Rebelo, nasceu em novembro de 1952 na cidade de Lisboa. Arroiano (aluno da António Arroio, Lisboa), o seu percurso profissional foi sempre ligado às artes tendo trabalhado como Mestre na Seção de “Arte e Publicidade” da C.C.F. de Lisboa (Companhia de Carris de Ferro de Lisboa). É Doutor Honoris Causa em belas Artes, pela Reitoria do Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Brasil; premiado e medalhado tanto em solo português como internacionalmente.
Ajuda-nos a manter viva e disponível a todos esta biblioteca.

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Arquitecta de formação e de paixão, também escrevo palavras sobre arte, exposições, artistas, galerias, museus… sobre o momento, sobre que me apetece seja em prosa, poesia ou misto das duas.
