
Um bailarino homenageia Claude Debussy desafiando a gravidade0 (0)
10 de Agosto, 2021
Claude Debussy

O Coreógrafo e Bailarino Yoann Bourgeois
O Coreógrafo Yoann Bourgeois força esta ciência para lá das elevações, saltos e piruetas vulgares, fazendo-se valer da sua formação no Centro Nacional das Artes do Circo para uma peça que marca o centenário da morte do compositor Claude Debussy.

Dada a ocasião, a escolha de Clair de Lune, a obra para piano mais adorada de Debussy, sente-se praticamentede rigueur, mas o trampolim parece um pouco de chocante.
Podemos não conseguir vê-lo, mas ele desempenha um papel tão essencial, que é tentador chamar a este solo um pas de deux. No mínimo, o trampolim é um colaborador essencial, juntamente com o pianista Alexandre Tharau e o cineasta Raphaël Wertheimer.
A expressividade burguesa como artista valeu-lhe comparações com Charlie Chaplin e Buster Keaton. A sua coreografia mostra que ele também partilha a ética de trabalho daqueles, a atenção aos detalhes e o amor às acrobacias visuais de fazer cair o queixo.
Não espere deste vagabundo nenhum “boing” ao acaso.
Durante quatro minutos e meio, Bourgeois luta empenhado em chegar ao topo de uma escadaria branca e crua. De cada vez que cai, o trampolim lança-o de volta para um dos degraus – mais alto, mais baixo, o mesmo de onde ele caiu…
Interprete esta luta como desejar.
Psyche, uma revista digital que “ilumina a condição humana através da psicologia, do entendimento filosófico e das artes” considerou-a como “uma representação abstracta de uma interpretação infantil do tempo”.
Um espectador perguntava se o número de passos – doze – era significativo.
Não é esticar, concebê-lo como uma observação sobre a natureza da vida – um ciclo constante de queda e ricochete.
É adorável ver como Bourgeois fá-lo parecer tão fácil.
Em entrevista à NR Magazine, referiu a maneira como os seus estudos circenses o levaram a aperceber-se de que “a relação entre as forças físicas” é o que mais lhe interessa explorar. As escadas e o trampolim, como todos os seus conjuntos (ou dispositivos, como ele prefere chamá-los), estão lá para “amplificar fenómenos físicos específicos”:
Na ciência, chamar-lhe-íamos modelos – simplificações do nosso mundo que me permitem amplificar uma força particular de cada vez. Em conjunto, estes dispositivos, esta constelação de dispositivos construídos, aproxima-se, provisoriamente, do ponto de suspensão. E assim, isto constitui um corpo de pesquisa; é uma pesquisa da vida que não tem um fim em si.
A relação com as forças físicas tem uma capacidade eloquente que pode ser muito grande; tem o tipo de expressão que é universal.
Canal do YouTube de Youann Bourgeois
Este artigo foi traduzido do original em inglês por Redação Artes & contextos
O artigo original A Dancer Pays a Gravity-Defying Tribute to Claude Debussy , foi publicado @ Open Culture
The original article A Dancer Pays a Gravity-Defying Tribute to Claude Debussy , appeared first @ Open Culture
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