MotelX 21
No passado dia 20 de julho o Artes & contextos esteve presente na cerimónia de apresentação da 15ª edição do Festival de Cinema de Terror MOTELX, que irá decorrer em Lisboa, de 7 a 13 de setembro de 2021.
Na sua segunda edição pandémica, apresentaram os vários segmentos do festival, tal como uma das longas-metragens do Serviço de Quarto – The Lodger (2020), de Baptiste Drapeau – como é habitual.
Pela voz dos diretores do MOTELX, Pedro Souto, João Monteiro e João Viana, foi-nos apresentado o spot promocional deste ano, realizado por Nuno Baltazar, produção da Grumpy Panda, e que conta com Sónia Balacó e Guilherme Moura no elenco. Seguindo a temática deste ano, mulheres serial killers, o spot representa isso mesmo, numa paleta de cores néon e uma construção imagética bastante forte.
A 15ª edição do festival traz-nos como temática as mulheres assassinas no cinema e as memórias da Guerra Colonial em África, por ocasião dos 60 anos do início dos confrontos. O festival é, como sempre, antecedido pelo Warm-Up, que, este ano, se vai realizar entre 2 e 4 de setembro. Em parceria com a Santa Casa da Misericórdia, o Warm-Up deste ano conta com três eventos: um storytelling, uma encenação e uma sessão de cinema ao ar livre.
Rapsodo, é uma história contada por Maria João Luís, José Anjos, Miguel Borges e Vítor Alves da Silva com som de fundo de NOISERV. Já sabemos que o MOTELX faz questão de acompanhar o folclore próprio, e assim, este ano, o Convento São Pedro de Alcântara acolhe uma noite de mistério e histórias ligadas ao mundo do terror e do fantástico.
Já Visões do Ego é uma encenação pictórica de Edgar Pêra, que junta os mundos da pintura, teatro expressionista e cinema fantástico, dramatizada pelo desenho de luzes de Rui Monteiro e banda sonora de Artur Cyaneto. O último evento passa-se no Largo Trindade Coelho, tradição desde 2018, recebendo a exibição de um clássico de cinema de terror.
Quanto aos filmes, a “Secção Serviço de Quarto” traz-nos a seleção de oito longas-metragens realizadas nos últimos dois anos, a nível mundial. Os escolhidos são:
- Black Medusa, ismaël, Tunisia, 2021;
- Cryptozoo, Dash Shaw, EUA, 2021;
- The Deep House, Julien Maury e Alexandre Bustillo, França, 2021;
- The Green Knight, David Lowery, Canadá, Irlanda, Reino Unido e EUA, 2021;
- The Lodger, Baptiste Drapeau, França, 2020;
- The Sadness, Rob Jabbaz, Taiwan, 2021;
- Um Fio de Baba Escarlate, Carlos Conceição, Portugal, 2020;
- Violation, Madaleine Sims-Fewer, Dusty Mancinelli, Canadá, 2020.
Quanto à secção “Doc Terror”, a seleção recaiu sobre dois documentários de 2020: A Glitch in the Matrix, de Rodney Ascher (EUA) e Alien on Stage, de Danielle Kummer e Lucy Harvey (Reino Unido). Já as “Sessões Especiais” deste ano recordam-nos dois mestres do cinema: Andrian Lyne e George A. Romero, com Jacob’s Ladder (1990) e The Amusement Park (2019).
Seguindo o mote desta edição, em memória dos 60 anos da Guerra Colonial portuguesa, marcando o início da mesma, foram escolhidos dois dos filmes, da ainda, incompleta trilogia de Joaquim Leitão. São eles 20 13 Purgatório (2006) e Inferno (1999).
Uma das secções mais aguardadas é das “Curtas Internacionais”, que, este ano, reúne sete amostras de produção europeia. As curtas-metragens são:
- A Terra do Não Retorno, Patrick Mendes, Portugal, 2020;
- Dar-Dar, de Paul Urkijo Alijo, Espanha, 2020;
- Dystopia, de Laura Ugolini, Noruega, 2021;
- Hysteria, de Anssi Määttä, Finlândia, 2021;
- O Lobo Solitário, de Filipe Melo, Portugal, 2021;
- Solution for Sadness, de Marc Martínez Jordán e Tuixén Benet, Espanha, 2020;
- The Foul, de James Button, Reino Unido, 2021.
Ainda na onda das curtas-metragens a “Secção X” apresenta-nos cinema de terror experimental e underground através de experiências visuais alternativas. As escolhas são:
- 6FT, de Francesca Pazniokas, EUA, 2020;
- Alien vs Predator, de Ian Haig, Austrália, 2020;
- Bare Bones, de Meryem Lahlou, EUA, 2020;
- Each Other, de Oskar Weimer, Austrália, 2021;
- Edge of Doom, de Michaela Grill, Canadá, Austrália, 2020;
- Everything Go Round, de Ryan Oksenberg, EUA, 2021;
- Flora, de Mischa Dols, Bélgica, 2020;
- Fruit, de Ivan Li, EUA, 2020;
- Macho Carne, de George Pedrosa, Brasil, 2021;
- Orbital Discourse, de Marc Cartwright, EUA, 2021;
- Pimple on the Nose, de Davide Di Sarò, Canadá, 2020;
- Saudade, de Russell Adam Morton, Singapura, 2020;
- The Return of Tragedy, de Bertrand Mandico, França, 2020;
- They Salivate, de Ariane Boukerche, França, 2020;
- This Time You’re Safe, but I’ll Kill You Anyway… Sooner or Later, de Renée Lear, Canadá, 2020.
Como sempre, as crianças não ficam esquecidas, e o “Lobo Mau” traz cinema e workshops, com oito sessões:
- 6 Paws Under, de Nicolas Bianco-Levrin, França 2021;
- Eaten, de Mohsen Rezapour, Irão, 2019;
- Me, a Monster?, de Belinda Bonan, Espanha, 2019;
- Om Nom Nom, de Minato Matsuda, Haruna Ueno, Tomoko Taiga, Japão, 2018;
- Spirited Away, de Hayao Miyazaki, Japão, 2001;
- The Monster Under My Bed, de Karlijn Scholten, Países Baixos, 2009;
- The Pit, de Markéta Kubátová Smolíková, República Checa, 2019;
- To the Last Drop, de Simon Schnellmann, Alemanha, 2021.
O tema central desta edição é a “Fúria Assassina: Mulheres Serial Killer”, com a seleção de cinco filmes que representam as mulheres assassinas na história do cinema de terror:
- Audition, de Takashi Miike, Japão, 1999;
- Base-Moi, de Virgine Despentes e Coralie Trinh Thi, França, 2020;
- Monster, de Patty Jenkins, EUA, 2003;
- Serial Mom, de John Waters, EUA, 1994;
- The Countess, de Julie Delpy, França, Alemanha, 2009.
Sem esquecer, até 2 de agosto ainda é possível submeter curtas-metragens até 2 minutos, realizadas com um telemóvel, tablet ou webcam para a secção das microCURTAS.
Para concluir esta apresentação, foi exibida uma das longas-metragens em competição na principal secção do festival.
The Lodger, de Baptiste Drapeau é o típico filme de suspense, que oferece uma história e cujo thriller cresce em momentos. O que faz brilhar o filme, em parte, são as maravilhosas atrizes Jacqueline Bissete (Elizabeth) e Alice Isaaz (Julie), que desempenham os seus papeis com mestria. O filme conta-nos a história de Julie, uma jovem estudante em Bordéus, que se muda para casa de Elizabeth, que, em troca de quarto, ajuda a viúva nas tarefas diárias, agindo sempre como se Victor (François-Dominique Blin), o falecido marido de Elizabeth, estivesse vivo. De uma forma quase obsessiva, Julie começa a sentir a sua presença e a desenvolver um sentimento amoroso por Victor. Ambas as atrizes fazem desenrolar o filme de uma forma apaixonante e bela, com cenas fortes e intensas.
Depois desta pequena amostra do que será a edição deste ano, sentimos que poderemos contar com mais um ano de terror e fantasia a povoar a cidade de Lisboa.
Até setembro. Lá vos espero no MotelX 2021
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Licenciada em História da Arte, apaixonada por arte e fotografia, com o lema: a vida só começa depois de um bom café, e uma pintura de Velázquez.