Gonzalo Borondo
O Museu de Arte Contemporânea Esteban Vicente (Segovia) expõe Hereditas, um projeto expositivo do criador Gonzalo Borondo que, através de diferentes linguagens e suportes, reivindica a natureza do museu como um espaço de preservação do património natural e cultural.
Esta exposição é uma intervenção complexa no espaço museológico que tem como objectivo questionar o passado partindo dos pressupostos do presente e, especificamente, valorizar a natureza do museu como um lugar onde preservar o nosso património para as gerações futuras e mostrar a maravilhosa capacidade da arte de trazer de volta à vida objetos que perderam a sua função original. Pretende também, prestar homenagem à natureza como fundamento da cultura e inspiração para a arte e símbolos religiosos
Da perspetiva da arte contemporânea, Hereditas compõe um conjunto de instalações numa criação site specific. É um trabalho coreográfico, que se afasta da lógica a que nos fomos habituando. Borondo intervém em todo o edifício, estendendo sua “interação” por todos os recantos. Altera o percurso convencional do espectador, proporcionando surpresas e momentos de verdadeiro prazer sensorial.
Esta exposição faz parte do projeto experimental Semillero de Arte, promovido pelo Museu Esteban Vicente em 2020, graças ao patrocínio da Diputación de Segovia e visa promover o trabalho de jovens artistas com um valor reconhecido, ligados à cidade.
A particularidade deste projeto é mostrar não só os trabalhos concluídos, mas também os processos (modelos, desenhos, …), que conduziram ao trabalho final.
O Museu torna-se assim um reflexo do tecido artístico e cultural de Segóvia para dar visibilidade aos seus artistas mais jovens. Para este programa, que decorrerá durante quatro temporadas, José María Parreño, poeta, crítico de arte e curador independente, é o curador.
Sobre o autor
Gonzalo Borondo nasceu em Valladolid em 1989, mas foi em Segovia que cresceu e viveu até 2003, ano em que mudou para Madrid. A partir desse momento, a sua ligação com o graffiti, ativismo e com grupos de arte alternativa tornar-se-iam a sua verdadeira escola. Começou a trabalhar no espaço urbano, primeiro com um objetivo político e, mais tarde, com um conteúdo mais poético; fez obras em todos os EUA, Europa e até na Índia.
Desde 2010 tem mostrado interesse em estabelecer diálogos afectivos e perturbadores em espaços muito díspares. A partir de 2012, exposições individuais em Roma, Madrid, Paris e Londres têm sido fundamentais para a sua carreira. Está, desde 2017 focado na realização de projetos site-specific, fruto do diálogo com o contexto do lugar interveniente.
Em algumas destas intervenções teve a colaboração de outros artistas, que enriqueceram o projecto com as suas capacidades técnicas e criativas. Este modelo colaborativo acrescenta um aspeto curatorial aos seus últimos projetos. A heterogeneidade do seu trabalho torna difícil a atribuição de um estilo ou género específico.
Cada projeto impçica descobrir novos caminhos e assumir novos riscos. No entanto, todos eles são unificados, como o próprio artista declara, pela sua intenção de criar lugares, atmosferas, onde faz pulsar para o espectador todas as vidas do espaço intervencionado .
Museo de Arte Contemporáneo Esteban Vicente (Segovia) até 26 de Setembro de 2021
Este artigo foi traduzido do original em espanhol por Redação Artes & contextos
O artigo original A experiência imersiva de Borondo sobre o património artístico , foi publicado @ Descubrir el Arte
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