THE RENTAL, de Dave Franco
A penúltima noite de festival trouxe-nos a sessão de encerramento, seguida de um dos mais aguardos filmes desta edição.
Foram anunciados os vencedores da noite: Pelican Blood de Katrin Gebbe foi o vencedor do prémio de Melhor Longa de Terror Europeia 2020 e Mata de Fábio Rebelo venceu a Melhor Curta de Terror Portuguesa de 2020. Os prémios foram entregues pela atriz Margarida Vila Nova e Pedro Mexia. Seguiram-se os agradecimentos ao staff, organização, direção e imprensa, e claro, aos cinéfilos que não puderam perder mais uma edição do festival que assombra Lisboa.
O filme apresentado, foi uma desilusão.
Já não é a primeira vez que um dos irmãos Franco está presente no festival, seja presencialmente, ou com uma das suas obras a serem exibidas. Desta vez, Dave trouxe The Rental, baseado numa história original de Dave, Joe Swanberg e Mike Demski.
Michelle (Alison Brie), Charlie (Dan Stevens), Josh (Jeremy Allen White) e Mina (Sheila Vand), são dois casais amigos. Charlie e Josh são irmãos, e Michelle e Mina são as suas mulher e namorada, respetivamente. Mas, para adicionar um twist à agitação que se avizinha, percebemos desde logo que Charlie e Mina são amantes. A proposta do filme não é surpreendente, e o próprio desenrolar da história é previsível.
Os quatro decidem passar um fim de semana numa casa junto ao mar, e, para aumentar o teor de cliché, o irmão do dono Taylor (Toby Huss) é um individuo esquisito e duvidoso, o tipo sinistro de qualquer thriller que se preze.
Não descurando o desempenho dos atores, principalmente de Brie, que já a conhecemos como Ruth em Glow, da Netflix, toda o desenrolar da trama é uma sucessão de eventos que se preveem e antecipam de uma forma típica. Os amantes são postos à prova quando se apercebem que foram filmados enquanto se relacionavam, Josh é o temperamental do grupo e Michelle a drama queen. É já com algum avanço no filme que percebemos queTaylor, não é afinal, o mau da fita.
O interesse e ação puros acontecem já no final, quando nos deparamos com um serial killer, que instalava dispositivos de som e imagem por toda a casa, e tinha como objetivo final matar os arrendatários. As cenas finais são as que dão ao filme o merecedor estatuto de thriller.
O guião é fraco e pouco original, a história podia ter sido, genericamente, mais desenvolvida em volta do assassino, dos seus passos, e não deixar todo esse pesar para as cenas finais, como pano de fundo para os créditos finais.
É com certeza um crowd pleaser, e vê-se com alguma leveza e descontração. No entanto, havia muito por onde explorar, sendo que a ideia do serial killer que povoa alojamentos locais, é interessante e fomenta a curiosidade de ver um pouco mais do que quatro amigos. O hype morreu na praia, pois o filme não fez jus.
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Licenciada em História da Arte, apaixonada por arte e fotografia, com o lema: a vida só começa depois de um bom café, e uma pintura de Velázquez.