MotelX 20
A 14ª edição do MOTELX, chega até nós num ano muito especial, em que a maioria da sua preparação foi feita à distância.
No dia 21, terça feira, pelas 21:00h, teve lugar uma sessão de apresentação do festival, à imprensa. Nela, tivemos a oportunidade de ouvir a produção e a direção do Festival, e ser premiados com a antestreia de uma das longas internacionais a ser aprsentadas este ano.
Desde já, sabemos que a edição de 2020 vai estender-se por mais 2 dias, de 7 a 14 de setembro, de modo a dar algum «conformo, comodidade e segurança», nas palavras da organização.
Para além desta boa nova, a colaboração com a Playground continua: o vídeo promocional deste ano, tal como o do ano passado, foi por eles realizado, com uma mestria incrível, onde vemos orquestrado o terror, com um claro exorcismo, coreografado por uma belíssima bailarina da Companhia Nacional de Bailado.
O genérico escolhido explora e projeta a tensão dos movimentos da bailarina, num verdadeiro êxtase para os sentidos, que, sem dúvida, nos deixa com borboletas na barriga, e curiosos para ver o que aí vem. Foi assim que fiquei! Curiosa e tremendamente expectante por esta edição.
As novidades são muitas!
A lista das longas metragens internacionais foi revelada e, dos 10 filmes, 5 são de mulheres cineastas. Tal como comentado pela organização, sabemos essa raridade, a de ver uma mulher na realização de um filme de terror: «… sabemos e estamos cansados da visão masculina do filme de terror… a presença destas cinco mulheres é uma lufada de ar fresco!» A lista do Serviço de Quarto é a seguinte (disponível no website oficial do MotelX):
- Butt Boy, Tyler Cornack, EUA, 2019;
- Darkness, Emanuela Rossi, Itália 2019;
- First Love, Takashi Miike, Japão, 2019;
- La Llorona, Jayro Bustamante, Guatemala/França, 2019;
- Relic, Natalie Erika James, Austrália/EUA, 2019;
- Saint Maud, Rose Glass, Reino Unido, 2019;
- Sanzaru, Xia Magnus, EUA, 2020;
- Scream, Queen! My Nightmare on Elm Street, Roman Chimienti, Tyler Jensen, EUA, 2019;
- The Intruder – El Prófago, Natalia Meta, Argentina/México, 2020;
- The Trouble With Being Born, Sandra Wollner, Áustria/Alemanha, 2020.
Para além da tão importante vertente feminina na realização presente no festival, optou, a organizaçãpo, e bem, tratar outro tema, abordando outra das questões mais sensíveis e essenciais da atualidade: o racismo.
Assim, pegaram em 7 filmes norte-americanos, e criaram a secção Pesadelo Americano: O Racismo e o Cinema de Terror, que irá figurar os seguintes filmes:
- Candyman, Bernard Rose, EUA/Reino Unido, 1992;
- Ganja & Hess, Bill Gunn, EUA, 1973;
- Get Out, Jordan Peele, EUA, 2017;
- Tales from the Hood, Rusty Cundieff, EUA, 1995;
- The Intruder, Roger Corman, EUA, 1962;
- The People Under the Stairs, Wes Craven, EUA, 1991;
- White Dog, Samuel Fuller, EUA, 1982.
O Quarto Perdido desta edição é dedicado a Pedro Costa, cuja notícia é avançada no mesmo dia (21) em que o seu pai, Luís Filipe Costa faleceu. Assim, somos presenteados com Cavalo Dinheiro (2014) e Ne Change Rien (2009), ambos do realizador português. «O Pedro é dos melhores e mais importantes realizadores no ativo, e merece o reconhecimento que seja dado!», ressalva a organização.
Outras das novidades são as Curtas Experimentais de Terror. Para já, conhecemos os seguintes filmes:
- Extazus, Bertrand Mandico, França, 2019;
- Tomorrow I will be dirt, Robert Morgan, Reino Unido, 2019;
- Valerio’s Day Out, Michael Arcos, EUA/Colômbia, 2019.
Quanto às curtas internacionais, que também conta a presença feminina em 9 delas. São elas:
- 2050, Aleksandra Lupashko, Rússia, 2019;
- BOS, Steffen Geypens, Bélgica, 2020;
- Chimes of Love and Death, Iria Ares, Espanha, 2019;
- Cursed Granny, Suso Imbernón, Juanjo Moscardó Rius, Espanha, 2019;
- Danny’s Girl, Emily Wilson, EUA, 2019;
- Expectancy, Juho Fossi, Finlândia, 2020;
- Growth, Allison Miller, EUA, 2019;
- Hand in Handi, Ennio Ruschetti, Suiça, 2019;
- Heat, Thessa Meijer, Países Baixos, 2019;
- It’s Nothing, Anna Maguire, Canadá/Reino Unido, 2019;
- Just a Guy, Shoko Hara, Alemanha, 2020;
- Moires, J. P. Bouix, França, 2019;
- Polter, Álvaro Vicario, Espanha, 2019;
- Red Wine, Santiago Menghini, Canadá, 2019;
- Regret, Santiago Menghini, Canadá, 2020;
- The Devil’s Asshole, Brian Lonano, EUA, 2019;
- There Will Be Monsters, Carlota Pereda, Espanha, 2020;
- Toc-Toc, Lucas Monjo, França, 2020;
- Waffle, Carlyn Hudson, EUA, 2020;
- Whence Come Brussels Sprouts, Mark Reynolds, EUA, 2019.
Continuamos com produto nacional na Curtas e no Lobo Mau. Ainda nenhuma das secções tem programação anunciada, e as candidaturas de filmes para as curtas ainda estão abertas até 2 de Agosto.
Outras das questões importantes de sublinhar são os Warm-Up Events do Festival.
Este ano, de 3 a 5 de setembro, o terror volta a povoar Lisboa, e a encher (metaforicamente) as ruas da cidade. Começamos com uma performance concerto, a partir de um texto de Gonçalo M. Tavares, e ilustrações ao vivo, do magnífico António Jorge Gonçalves, e voz do Papillon.
Eclético, diversificado e altamente artístico, é o que este evento espera ser.
No Espaço Brotéria, haverá um jantar temático, encenado, a partir de um texto de Fernando Pessoa, no seu heterónimo Alexander Search: Um Jantar Muito Original. Projeto encenado pelas jovens Matilde Carvalho e Rita Poças, e a supervisão artística de Albano Jerónimo.
Dia 5, trará, até ao Largo Trindade Coelho, um filme a anunciar.
Como já referi, a imprensa foi ainda presenteada com uma das longas do Serviço de Quarto: Darkness, de Emanuela Rossi. Em breve publicaremos a nossa apreciação crítica ao filme.
De uma forma divertida, fomos confrontados com a ironia: no ano passado, e pela mesma ocasião, estávamos todos, fechados na mesma sala, com máscaras de Jason, de Pesadelo em Elm Street. Este ano, permanecemos de máscara, mas por motivos menos divertidos.
Ainda assim, é de ressaltar a maravilhosa organização, esforço e dedicação para fazer desta, mais uma brilhante edição.
Lá vos espero no MotelX 2020!
Veja a nossa reportagem diária no MotelX 19 em: MotelX 19
E como vimos o Motel 19: Motel X 2019 – Epílogo
Licenciada em História da Arte, apaixonada por arte e fotografia, com o lema: a vida só começa depois de um bom café, e uma pintura de Velázquez.