Pompeia tem três novas Domus
Ao fim de quarenta anos, e após a realização de obras de restauração desde 2014, uma das jóias desta cidade romana, a Casa dos Amantes (século I a.C.), descoberta nas escavações de 1933 e que teve que ser fechada devido aos danos sofridos no terramoto de Irpina em 1980. Duas outras casas patrícias também foram restauradas, a Casa do Navio Europa e a Casa do Horto.
Como refere Massimo Osanna, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia: ” Já não há emergências em Pompeia”. Estamos diante de novos e importantes desafios para a proteção, conhecimento e valorização das escavações e do território”. O Ministro do Património Cultural e das Actividades e Turismo, Dario Franceschini, acrescenta que este caso é “(…) um modelo para toda a Europa na administração dos fundos comunitários”.
De facto, o extraordinário plano de protecção das estruturas arqueológicas da antiga cidade de Pompeia, lançado em 2014 com o “Grande Projecto Pompeia”, foi completado com o cumprimento das Normas de Segurança nas Regiões I, II e III.
No balanço destes cinco anos, concluídos em 30 de Janeiro de 2020, foi contabilizado um total de 92 milhões de euros, distribuídos de forma muito eficaz.
Depois de décadas, voltou-se para uma parte da cidade que não tinha sido tratada até agora. Os estudos em curso forneceram dados significativos para o conhecimento de Pompeia, bem como descobertas excecionais.
As novas escavações estão concentradas nos mais de 2,7 km que representam os 22 hectares ainda a serem escavados.
E agora, após muitos anos, três novas Domus foram reabertas ao público, elevando o número de edifícios restaurados para 45, com as correspondentes normas de segurança para a sua acessibilidade. Recordemos que a Domus era um tipo de habitação usada na Roma antiga. Era uma residência urbana privada e era diferente da vila suburbana (fora das muralhas) ou da vila rústica (no campo). A Domus era a habitação – uma vivenda – das famílias patrícias, enquanto as classes pobres residiam em edifícios chamados insulae (casas dos inquilinos).
Entre as três Domus preparadas para visita pública, encontra-se a Casa dos Amantes, descoberta nas escavações de 1933 e localizada no Regio I, e que permaneceu fechada desde os anos oitenta, quando, devido aos danos registados pelo terramoto de Irpinia em 1980, se tornou imperativo fazer um suporte da cobertura do átrio e do peristilo, ocultando a leitura dos espaços e as decorações das Domus. Com o tempo, o estado de conservação da casa piorou tanto que tornou a entrada para este espaço inacessível até para os técnicos. Esta Domus tira o seu nome do verso romântico latino inscrito num quadro com patos à direita da sua entrada: “Os amantes levam, como as abelhas, uma vida tão doce como o mel”;
A Casa do Horto (na Via del Abbondanza), escavada em 1913 e 1951, beneficiou das normas de segurança correspondentes e os conjuntos decorativos nos cubículos (quartos) também foram restaurados.
Famosa pelos maravilhosos frescos sobre fundo azul e preto, ricamente decorados com uma vegetação florescente de árvores frutíferas que resguardavam os antigos habitantes desta moradia. Destaca-se também o átrio, decorado com um mosaico preto e branco, bem como uma mesa de mármore sobre uma coluna. Esta casa é um dos mais belos exemplos de pintura de jardim descoberto na cidade, e ao contrário das outras Domus, onde este tipo de pintura foi reservado para as salas de representação, aqui é encontrado nos quartos.
E finalmente, a Casa do Navio Europa (cujo núcleo original remonta ao século III a.C.) tem uma história complexa de numerosas modificações e extensões. As monumentais colunas de tufa do peristilo, que tem várias divisões, e as decorações de “primeiro estilo” conservadas em alguns espaços da casa pertencem às fases mais antigas da construção e aos períodos de maior esplendor da Domus, que deve o seu nome ao grande fresco pintado na parede norte do peristilo, onde está representado um grande navio de carga, chamado Europa, ladeado por outras embarcações de menor porte
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Este artigo foi traduzido do original em castelhano por Redação Artes & contextos
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