
Como o Blade Runner conquistou a imaginação de uma geração de músicos eletrónicos0 (0)
25 de Novembro, 2019
O impacto de Blade Runner na música eletrónica
“Sinto que há ‘Antes de Blade Runner’ e ‘Depois de Blade Runner'”, diz o diretor Denis Villeneuve. “O filme foi como um marco na estética da história do cinema.”
A citação vem desta promoção da FACTmagazine lançada antes da sequela de 2017 Blade Runner 2049 de Villeneuve, que analisa o impacto que a banda sonora teve nos filmes de ficção científica e na música eletrónica, bem como o quanto toda a sua estética ecoou nos anos 90 e seguintes.
https://www.youtube.com/watch?v=oItdeX63B7U?&w=800&h=440
O compositor Vangelis e o diretor Ridley Scott já tinham trabalhado juntos num anúncio da Chanel, e o compositor achava que a opção de usar a sua música era “corajosa”, de acordo com Villeneuve. Alguns anos mais tarde, Vangelis seria convidado a compor a banda sonora do filme, o que ele fez, improvisando sobre as cenas, nas filmagens.
Os redutores apontavam o Lexicon 224 Reverb, uma ótima unidade de efeitos analógicos, bem como a “besta”, o Yahama CS80, que muitas vezes iria desafinar. (Veja o Perfect Circuit no YouTube a experimentar alguns dos seus recursos).
“A melhor altura em que (o sintetizador) encontrou a sua voz foi neste álbum”, diz o músico Kuedo.
O documentário ainda entrevista Tricky, Gary Numan, Ikonika, Abayomi, Clare Wieck, Kuedo, Stuart Braithwaite, de Mogwai, e o produtor musical Hans Berg, e todos reconhecem que Blade Runner entrou intencional ou subliminarmente na sua obra. Ikonika até chama ao seu alter-ego musical um ” Replicant”, com base nos andróides do filme. Mas o filme foi para ela um aviso: ” O futuro estava à vista e seriam os anos de glória”, diz sobre o início dos anos 80. E “a partir daí, do Blade Runner foi como se, depois disto, vai mesmo acontecer”.
A banda sonora passou a ter sua própria série de relançamentos, do mesmo modo que Scott lançou o Diretor’s Cut do filme.
Para começar, nunca foi lançado como álbum até 1994. Imediatamente os bootlegs apareceram a recolher muito mais do total do filme.
Em 2002, a melhor delas, a “Esper Edition“, lançou 33 faixas da banda sonora. (E há mais uma “Retirement Edition” da “Esper” que anda por aí.)

Blade Runner – Esper Edition
Depois, em 2007, a Universal Music lançou uma edição comemorativa dos 25 anos, com um álbum extra com músicas compostas para o filme e um outro com “nova” música que Vangelis teria composto para o lançamento.
Tudo isto é trabalho muito querido e apreciado pelos fãs.
Agora que chegamos ao mês retratado no filme, e Los Angeles não se parece exatamente com a cena de abertura (fumo e fogo, sim; a chuva, não tanto), é tempo de analisarmos a sua visão distópica.
Como diz o músico Kuedo, “Quase 40 anos depois ainda o perseguimos, mas ele continua à nossa frente”.
Nota: Villeneuve escolheu Hans Zimmer, o preferido de Christopher Nolan, para compor a banda sonora da sequela, em colaboração com Benjamin Wallfisch… ambos, escolhas muito mais seguras do que Vangelis.
O artigo original How Blade Runner Captured the Imagination of a Generation of Electronic Musicians foi publicado @ Open Culture
Ajuda-nos a manter viva e disponível a todos esta biblioteca.

The original article How Blade Runner Captured the Imagination of a Generation of Electronic Musicians appeared first @ Open Culture
Este artigo foi traduzido do original em inglês pela Redação Artes & contextos
Assinados por Artes & contextos, são artigos originais de outras publicações e autores, devidamente identificadas e (se existente) link para o artigo original.