Zé Ferraz

Zé Ferraz – Os Artistas de Rua de Lisboa
0 (0)

14 de Maio, 2019 1 Por Laura Carvalho Torres
  • 2Minutos
  • 324Palavras
  • 145Visualizações
Também o tempo torna tudo relativo.

Este artigo foi inicialmente publicado há mais de 4 anos - o que em 'tempo Internet' é muito. Pode estar desatualizado e pode ter incongruências estéticas. Se for o caso, aceita as nossas desculpas.

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

in Livro do Desassossego.

Um encontro feliz num dos mais célebres bares anglófonos na capital, o British Bar, levou-me a conhecer Zé Ferraz, um artista desta Lisboa nossa, que no passado dia 18 de Maio celebrou os seus 57 anos, e por essa ocasião vendeu-me seis desenhos. Só quero ir para casa comer e dormir… Estou exausto! Deus vos abençoe…, foram as últimas palavras que proferiu antes de sair do bar.

Zé Ferraz

 

Os belíssimos desenhos falam por si. Com uma inspiração declarada de Almada Negreiros, o seu traço tão próprio e espontâneo é sintomático da paixão que nutre, passando-a da caneta para o papel. Ator de cinema francês, disse-nos, teve de abandonar as câmaras e os guiões, depois do diagnóstico de bipolaridade, problemas respiratórios e de fala.

Zé Ferraz - Os Artistas de Rua de Lisboa Artes & contextos ferraz 2a

Um homem encantador, com tristeza no olhar, mas beleza nas palavras e no amor que transmite na sua arte. Pelas ruas de Lisboa, vagueia, com um cigarro na mão, um fraque e gabardina, e um chapéu pessoano. Caminha com o seu bloco de papel cavalinho A4, enquanto procura um olhar interessado no que na sua mão traz. Emana bondade, e faz indagar, querer saber mais sobre ele.

Considera, por favor fazer um donativo ao Artes & contextos.
Ajuda-nos a manter viva e disponível a todos esta biblioteca.

Dois desenhos de Fernando Pessoa, Eu sou aquilo que Eu Sou!… num deles, e uma figura feminina estilizada. Cada desenho ostenta a sua assinatura. A beleza estética em nada suplanta a alma e a aura destas obras. Um artista deveras intrigante…

Zé Ferraz

 

Um belo encontro, inusitado e inesperado, espontâneo e que aquece a alma e o coração. Descobri ter um pseudónimo, mas não cheguei a saber qual. Talvez alguém mais, nessas ruas míticas de Lisboa o venha a descobrir… para já, é o Zé Ferraz.


 

Como classificas este artigo?

Licenciada em História da Arte, apaixonada por arte e fotografia, com o lema: a vida só começa depois de um bom café, e uma pintura de Velázquez.

Jaime Roriz Advogados Artes & contextos