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A Constituição
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26 de Abril, 2016 0 Por Rui Freitas
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Também o tempo torna tudo relativo.

Este artigo foi inicialmente publicado há mais de 7 anos - o que em 'tempo Internet' é muito. Pode estar desatualizado e pode ter incongruências estéticas. Se for o caso, aceita as nossas desculpas.

Uma improbabilidade plena de sentido.

Quatro atores, três homens e uma mulher, são incumbidos de redigir uma nova constituição, do que se presume seja o nascimento de uma nova república (ou o renascimento da anterior).

Para tal dispõem de seis dias, isolados num ginásio, sem qualquer comunicação com o mundo exterior. São a Ágata, o Pedro, o Miguel e o Paulo, que se representam a si próprios neste pequeno absurdo de implausibilidades admissíveis no seu próprio círculo, e que quebram nalguns momentos as regras, para saírem do seu isolamento e fazerem do público suas testemunhas.

Num momento saem de si e assumem Bertolt Brecht, Pier Paolo Pasolini, Jean Paul Sartre e Hanna Arendt, em diálogo, que com as suas perspetivas enriquecem, – talvez demais – a discussão, e voltam a si “naturalmente”.

Em face do limitado tempo de que dispõem rapidamente percebem que o texto terá que ser curto e condensado, mas quão curto, quão condensado?

Escolhem democraticamente (e questionam a democracia) um mote, um tema, uma só palavra, para um artigo único, e a partir daqui, há que compor o texto desse artigo. A discussão corre, ou deveria, em volta do bem maior, sem que consigam deixar de fora as marcas de caráter, as cicatrizes da vida anterior e até a importância que cada um dá ao futuro texto da Lei Fundamental.

Cumprirão afinal o objetivo? Com que preço? Será mesmo a Constituição que está em discussão?

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Boa encenação de um texto bem estruturado e bem representado, em bom ritmo, com música original e interpretada ao vivo por Diogo de Almeida Ribeiro, a peça tem momentos que podem ser cómicos, dependendo da forma como se encare a ironia e até o cinismo, fortemente presente no texto.

 

 texto e encenação Mickaël de Oliveira
 com Ágata Pinho, Miguel Moreira, Paulo Pinto, Pedro Lacerda
 cenografia e figurinos António MV
 desenho de luz Rui Monteiro
 música original e interpretação ao vivo Diogo de Almeida Ribeiro
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Jornalista, Diretor. Licenciado em Estudos Artísticos. Escreve poesia e conto, pinta com quase tudo e divaga sobre as artes. É um diletante irrecuperável.

Jaime Roriz Advogados Artes & contextos