Mark Knopfler no EDP Cool Jazz Festival
O escocês Mark Knopfler ex-líder da mundialmente famosa banda Dire Straits apresentou-se em palco no seu regresso a terras lusas no passado dia 28 de Julho em Oeiras muito bem acompanhado. Uma banda de oito elementos quase todos multi-instrumentistas que possibilitou desfilarem em palco uma enorme variedade de instrumentos para além das guitarras elétricas da praxe e do setup básico de uma banda de rock. O perfume de musica tradicional fez-se sentir e violinos, whistles, uilleann pipes e bouzoukis acrescentaram alguma magia extra à personalidade “bluesy” e trovadoresca que Mark sempre nos habituou.
O “Set List” da noite foi extenso e revisitou todos os períodos da sua carreira, tocou algumas das suas canções mais famosas do reportório dos “Dire Straits” e sempre que o fez sentiu-se imediatamente a cumplicidade do público, canções como Romeo and Juliet, You Latest Trick e So Far Away, e o clássico Sultans of Swing, que fez com que Mark se queixasse no fim que tinha as mãos frias, mãos essas que em Telegraph Road já estariam bem quentinhas e mostraram bem a capacidade de Mark nos envolver na melodia e expressividade da sua guitarra.
Foram revisitados alguns temas dos seus álbuns a solo anteriores como Privateering e Shangri-La e também do seu último trabalho a solo Tracker gravado ainda este ano (2015) no seu estúdio “British Grove” em Londres.
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Pelas mãos virtuosas de Mark passaram a Stratocaster vermelha do costume, a Gibson Les Paul, a Pensa, e a icónica National Style, a guitarra metálica que aparece na capa do álbum Brother in Arms, utilizou também uma guitarra de tons preto e branco ao estilo “Rickenbacker” para fazer slide e uma guitarra folk acústica com um som magnifico. Foi acompanhado por Guy Fletcher (teclados), Richard Bennett (guitarras), Jim Cox (piano), Mike McGoldrick (whistles e uilleann pipes), John McCusker (violino e bouzouqui), Glenn Worf (baixo), e Ian Thomas (bateria).
Em termos globais o concerto foi muito bem conseguido, com uma dinâmica de alinhamento só ao alcance de gente com muitos anos de estrada, foi óbvio que se fizeram notar as 66 primaveras de Mark mas se isso lhe pesará olhando para ele apenas como um “guitar hero” é-lhe muito mais leve a postura sábia de compositor e de arquitecto desta mistura muito feliz entre o folk, os blues e o rock.
Musico, entusiasta de cordofones que gosta de falar de música, da sua alquimia e do seu indelével sentido cultural.
