Ethno Portugal

Ethno Portugal
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23 de Maio, 2015 0 Por Rui Manuel Sousa
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Também o tempo torna tudo relativo.

Este artigo foi inicialmente publicado há mais de 8 anos - o que em 'tempo Internet' é muito. Pode estar desatualizado e pode ter incongruências estéticas. Se for o caso, aceita as nossas desculpas.

Ethno Portugal
Música em Castelo de Vide

Dias de férias, uma fugida ao Andanças e na primeira noite, em pleno baile de receção ao voluntário (muitos voluntários tem o Andanças, acreditem) e no recinto onde toda a gente acabava de dançar ao som da Celina da Piedade, do seu acordeão e da sua banda, começava a tomar forma o que viria a saber ser a Orquestra Ethno Portugal. Ethno Portugal IAssim de uma forma meio improvisada, começaram a aparecer de todos os lados dezenas de músicos jovens de várias nacionalidades, cada um com o seu instrumento entre os quais violinos, violoncelos, concertinas, guitarras, flautas, percussões, um baixo eléctrico e outros mais; várias pessoas a cantar e a dançar, uma coisa completamente arrebatadora. O som que emanava no recinto era quase somente acústico, havia apenas 4 microfones de ambiente colocados á volta de todos, o som geral estava muito bom e a atmosfera ainda melhor. Começaram a desfilar canções populares da Noruega, de França, de outros países, executadas cantadas e dançadas na perfeição, – sai um arranjo baseado no tema Galinhas do Mato de Zeca Afonso liderado pela Teresa Campos, pele de galinha-do-mato arrepiada!
Soube mais tarde que o projeto “Ethno” é um programa, para jovens músicos de todo o mundo poderem partilhar a música, as suas culturas e suas experiências! Que coisa tão boa e poética, como gostaria de ter participado numa coisa destas, deviam fazê-lo também para os menos jovens, até mesmo para os seniores, que forma tão agradável de estar vivo. O conceito do programa é bom, muito útil para a evolução musical e cultural de todos estes jovens, vê-los todos assim, completamente extasiados, a tocar, a cantar, a dançar foi das melhores coisas a que assisti nos últimos tempos.
Entretanto fui saber de mais coisas e isto afinal é algo bem maior do que imaginava…
O Ethno é um programa da Jeunesses Musicales Internacional com sede na Bélgica, começou em Falun na Suécia no verão de 1990, e posteriormente vem sendo realizado em vários outros países da Europa, Asia e Africa. Em 2014 foi a primeira vez que o programa Ethno decorreu em Portugal e a organização esteve a cargo da JM Portugal com a cooperação da PédeXumbo organizadora do festival Andanças.
Um estágio de 10 dias com vários músicos entre os 16 e 30 anos de idade, de países diferentes e de todos os continentes, partilham a sua música e a sua cultura. Cada músico traz um tema tradicional da sua cultura para incluir no reportório geral, e mais dois outros temas tradicionais para partilhar com todos. Há alguns elementos mentores já com experiência que ajudarão nos arranjos e na preparação do reportório. Em fusão, preparam-se os vários temas do reportório para tocá-los ao vivo em várias localidades portuguesas e espanholas à volta de Castelo de Vide, terminando com um concerto no palco principal do maior festival folk da península ibérica o Andanças.

O Ethno Portugal realiza-se novamente este ano de 24 de Julho a 3 de Agosto, as inscrições ainda estão a decorrer.Ethno Portugal IV
O Ethno Portugal este ano também vai contemplar a área da dança com a participação de 10 a 12 bailarinos. Haverá coreografias para acompanhar os concertos da Orquestra Ethno. Serão 10 dias de trabalho que culminarão com vários concertos em cidades de Portugal e Espanha e na participação no Festival Andanças tal como no ano anterior.

Os elementos mentores do Ethno Portugal 2014 foram:

– Wouter Vandenabeele: Melodia
– Raphael Decoster e Eva Parmenter: Harmonia
– Juan de la Fuente: Percussões
– Teresa Campos: Voz

Os mentores em 2015 serão:

Kieren Alexander
Acordeonista e pianista australiano, Kieren Alexander vive desde 2012 na Europa, em Praga, onde se tem vindo a definir enquanto músico, líder musical e formador de música folk do mundo. Kieren é especialista em música Latino-americana — incluindo salsa, forró e bossa nova — e em música folk europeia, da Celta à Búlgara. Depois da sua formação na Austrália (Conservatório de Música de Queensland (2008) e no Brasil, que Kieren tem atuado profissionalmente como músico e atuado com múltiplos artistas. Kieren viaja regularmente para liderar diversos projetos educacionais, focalizados no tocar de ouvido. Em 2014 foi co-director artístico da Maratona Folk de Praga (CZ), do Projecto Folkland (DE), Ethno Umeuropa Caravan (SW) e do Intercâmbio musical de Rila (BU). Entre as suas atuações destaca-se a presença em vários festivais, como Woodford Folk Festival (AUS), Vienna Accordion Festival (AUT), Umefolk (SW) e Beltine (CZ). Atualmente, integra várias formações musicais na Europa, entre as quais Tango Underground Fiesta, Futurswing e Transatlantic Chilean Folk Ensemble.

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Denys Stetsenko
Natural da Ucrânia, segue a aprendizagem de musica clássica desde pequeno e a partir do ano 2003 inicia-se na música tradicional e improvisada entrando no grupo Monte Lunai e Dancing Strings e participando em diversos festivais europeus de música e dança do mundo. Licenciado em Violino pela Escola Superior de Música de Lisboa, e frequentou o Curso de Mestrado em Música Antiga – Violino Barroco na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) do Porto. É membro fundador do Quarteto Arabesco, Duo Stetsenko, Fávola d’Argo e Parapente700. Durante os anos 2011-2014 foi professor na ESMAE do Porto, assistente de Amandine Beyer. Lecciona Violino e Música de Câmara na Academia de Música de Santa Cecília e Conservatório de Lisboa. Como formador, tem orientado cursos de música tradicional instrumental, nomeadamente: Baltoques (Tradballs, Lisboa) Conservatório de Córdoba (2011, 2014), Crisol de Cuerda 2013 (Burgos) e vários em Madrid; como também nos festivais Andanças (Portugal), Folkarria (Espanha) e Festiv’Alzen (França).

Rémi Decker
Rémi Decker nasceu na Bélgica, numa família onde a música e a dança folk são uma constante. Começou a tocar gaita de foles aos 10 anos. Ao longo dos anos foi desenvolvendo competências em flautas e no canto. A sua música leva-nos a viajar pelo tempo, como a magia de um trovador do Séc. XXI. Rémi Decker viajou e atuou por todo o planeta, sozinho e em diferentes formações musicais ecléticos como Griff, Minuit Guibolles or Decker-Malempré.

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Diretor Adjunto em Artes & contextos

Musico, entusiasta de cordofones que gosta de falar de música, da sua alquimia e do seu indelével sentido cultural.

Jaime Roriz Advogados Artes & contextos