Hungry Hearts Corações Inquietos

Corações Inquietos
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26 de Março, 2015 0 Por Rui Freitas
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Também o tempo torna tudo relativo.

Este artigo foi inicialmente publicado há mais de 8 anos - o que em 'tempo Internet' é muito. Pode estar desatualizado e pode ter incongruências estéticas. Se for o caso, aceita as nossas desculpas.

Jude (Adam Driver) e Mina (Alba Rohrwacher) conheceram-se, apaixonaram-se, juntaram-se, Mina engravidou, casaram e nasceu um bebé.Hungry Hearts

E assim começa a história de uma obsessão, ou de um amor obsessivo até o limite da razão. De um início “demasiado” light, o filme vai-se tornando sombrio e fechado na intimidade da casa e do casal, em volta do bébé do qual não chegamos a saber o nome, talvez porque não faça falta. O bebé, sendo o epicentro do drama, não faz parte dele. É por ele e pelo amor a ele que tudo se move e se vai desmoronando, mas ele próprio passa pela história quase como um falso protagonista.

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Por intervenção de uma vidente, ainda durante a gravidez, Mina acredita que tem um bebé “Indigo” e protege-o do mundo para lá do razoável. Protege-o do perigo das impurezas da rua, dos venenos da alimentação animal, dos medicamentos e até do sol. Apenas ela sabe o que é melhor para o filho e não vê como lhe está a fazer mal.

A história escreve-se pela luta de Jude entre o amor ao filho, o amor a Mina e a razão, contra a obsessão de mina pelo resguardo do filho, até se tornar muito mais do que uma luta de princípios.

É um drama intenso, falsamente adocicado por momentos de ternura e pelo amor superior a tudo, mas para o bem e para o mal. Bons papéis, efeitos de câmara em close ups muito fortes, e recurso o a grande angular em movimento, reforçam a intimidade e a aproximação física. A intimidade atinge-nos, e com a ajuda de silêncios demorados e pesados vai-nos puxando para dentro do drama.

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Jornalista, Diretor. Licenciado em Estudos Artísticos. Escreve poesia e conto, pinta com quase tudo e divaga sobre as artes. É um diletante irrecuperável.

Jaime Roriz Advogados Artes & contextos